Por Christelli Raissa

Para quem não sabe, as comemorações do Dia do Trabalhador têm como origem uma tragédia ocorrida em 1886 na cidade de Chicago, Estados Unidos, onde ocorreram manifestações de empregados reivindicando melhorias das condições de trabalho. Já no Brasil, após a propaganda trabalhista de Vargas, o feriado transformou-se em um dia para celebrar o trabalhador brasileiro.
Tal mudança alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano. Até então a data era marcada por piquetes e passeatas, depois disso o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada ao movimento sindical. Tradicionalmente, a Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PDT) realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casa própria.
Neste ano, pudemos perceber que o Dia do Trabalhador foi tomado por um comício eleitoral rumo à campanha da pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff. Pela manhã, Lula compareceu pela primeira vez como presidente a uma comemoração dessas, a qual foi organizada pela Força Sindical, na Zona Norte de São Paulo. Cauteloso, ele evitou mencionar diretamente o nome de Dilma, no entanto, afirmou que todos sabem quem ele quer que seja sua sucessora.
O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT) apresentou Dilma como "futura presidente do Brasil". E disparou contra o adversário da petista nas eleições, José Serra, “toda vez que nós procuramos o ex-governador para sermos recebidos, ele não recebe... Uma coisa é fazer discurso para a imprensa, outra coisa é vir aqui enfrentar os trabalhadores e dizer por que ele não gosta dos trabalhadores”, criticou. O tucano não compareceu ao evento, apesar de, segundo o deputado, ter sido convidado.
O clima de campanha eleitoral se estendeu para o segundo evento comemorativo do Dia do Trabalhador organizado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), na Zona Oeste de São Paulo, e por fim a comemoração do 1º de Maio organizado pela CUT, com direito a discurso emotivo, incluindo choro.
Marina Silva, pré-candidata pelo PV, também compareceu a um evento da União Geral dos Trabalhadores, a que Lula e Dilma estiveram horas antes. Em relação à campanha eleitoral feita pelo presidente, Marina o defendeu dizendo que como se trata de um sábado e feriado, Lula não estaria exercendo o cargo de presidente.
As festas de CUT, Força Sindical e outras centrais receberam 1,7 milhão de reais de estatais como Petrobras, BB, CEF, BNDES, Eletrobrás e Infraero. Pela legislação, em eventos que são patrocinados com dinheiro público, não pode haver qualquer tipo de propaganda eleitoral. Porém, acho que o Lula não se importou muito com isso e em vez de anúncios costumeiros do aumento de salário mínimo, ao quais sempre são feitos nesta data, o que ocorreu foi uma boa estratégia política e Dilma saiu na frente dessa vez. Quem mandou não gostar de trabalhador, Serra!
Revisão: Larisse Neves
Tá aí!
Encontramos algo o qual o Brasil não imita os EUA...hehheheh
Detalhe para a questão de que trabalhar é diferente de estar empregado!
Paz gente!
Bjs