Greve dos rodoviários: caos total


Por Mayara Albuquerque

Paradas lotadas, duas horas de espera, palavrões e xingamentos por todo lado, esse foi o cenário de Manaus nos últimos dias devido à greve dos rodoviários.

Segunda- feira, levantei da cama com aquela dúvida horrorosa se ia ou não pra faculdade, resolvi encarar. Mal cheguei na parada e um desânimo horroroso me abateu, já estava lotada. Tudo bem, esperei 15 minutos, esperei meia hora que virou uma hora e o ônibus finalmente aparece, ele mal estaciona e eu quase sou pisoteada pelo pessoal desesperado querendo chegar ao trabalho ou à faculdade a tempo, e quando finalmente consigo entrar, em segundos viro uma sardinha enlatada. Chego à faculdade super indignada, vou pra aula e depois trabalhar e resolvo sair mais cedo pra não passar por aquele aborrecimento de novo. Mal sabia o que me esperava.

Às 17h15 em ponto já estava esperando o 616, pessoas chegaram, pegaram carona, saíram e eu lá. Tomei dois banhos que dois motoristas super simpáticos resolveram me dá. A parada esvaziou, escureceu, e eu lá sozinha esperando o bendito ônibus e xingando de cinco em cinco minutos, claro, até o pobre do banco em que tropeçava de vez em quando ao andar de um lado pro outro. Sentei, levantei quase furo o chão de tantas voltas e exatamente às 18h50 consegui sair da Ufam, porque uma alma caridosa gentilmente me deu uma carona até lá fora, de onde só consegui vim pra casa porque foram me buscar. Revolta, revolta, revolta foi o sentimento que eu e toda a população de Manaus que depende de ônibus pra ir pra qualquer lugar partilhamos nesses dias.

A justificativa dessa paralisação? Reajuste salarial, redução da jornada de trabalho, aumento do vale alimentação, cesta básica, todas essas coisas que o trabalhador brasileiro volta e meia clama por melhorias, por ser um direito seu. Pois é, a greve também é um direito do trabalhador, mas até onde vai esse direito? Tem direito de fazer grave sim, mas de forma organizada, respeitando os direitos de todos os outros cidadãos, pois da mesma forma que o trabalhador pode tentar reivindicar seus direitos ao fazer greve, a população em geral também tem o direito de reivindicar e cobrar das autoridades competentes uma alternativa para que atos como esse não prejudiquem ainda mais todo o resto da população, se não, a quem o cidadão pode recorrer, à Constituição? A greve rolou durante cinco dias, e a cidade como ficou? Caos total, pois bem se sabe que o transporte coletivo de Manaus já não é muito bom, e os rodoviários ainda decidem agir assim, a cidade vira, me desculpem o termo, mas um verdadeiro “inferno”.

Findou que essa bagunça toda resultou em 4% no reajuste salarial, 20% de aumento no vale- alimentação e 10% de cesta básica. E os ônibus como ficam? Continuam sujos, velhos, pregando de vez em quando. É gente o negócio agora é torcer pra passagem não aumentar e outra greve não acontecer.

Revisão: Larisse Neves

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