Quem conseguiu fugir da copa?


Por Renata Fitarony

E a copa chegou... Legal, hein? Até quem não gosta de futebol vira um conhecido do assunto. Mas pudera, tanta informação sobre este grande evento futebolístico bombando em tudo quanto é lugar, é meio difícil você conseguir fugir da copa. O que acontece no Brasil e mundo? Ah, que isso! Não é tão importante quanto uma atuação morna no jogo de estréia do Brasil. Vamos deixar para segundo plano porque em época de copa a realidade sofrida e as desgraças não dão audiência.

Os principais programas jornalísticos da TV aberta, na grande parte de sua programação, o único assunto que se é tratado é a copa e tudo que a engloba. Links diretos da África do Sul, com aqueles deliciosos delays, só não conseguiram pegar o espaço da moça que passa a previsão do tempo em todo país. Os principais portais nacionais, bem em destaque, o que logo aparece é alguma notícia sobre a copa, a tabela dos jogos, classificação etc. Só conseguimos ver algo além (e interessante) depois de descer a barra de rolagem. Precisou Saramago morrer para que essa situação mudasse.

Eu sei que a copa serve, para muitos brasileiros, como uma válvula de escape depois de um dia de grande labuta. Vai dizer que, depois de passar horas batendo cimento, chegar em casa e ver que os principais rivais do Brasil também não estão lá bem das pernas, enquanto uma janta é saboreada, não faz a realidade ser mais fácil de ser encarada e a vida fica mais leve? Melhor do que saber de alguma desgraça, não é? Porém, o problema é quando isso ocorre em demasia somente para que haja uma maior audiência. Quem possui TV a cabo ainda pode levantar as mãos para o céu e agradecer já que tem mais opções de canais para poder se manter informado. Mas os não tem, como faz?

Mas uma coisa é certa, graças a copa, surgiu um movimento que se originou no twitter, a febre CALA BOCA GALVÃO (não, não é a nova música da Lady Gaga) e com isto nós descobrimos que a rede Globo não sabe rir de si própria. Ou você engoliu esse Galvão Bueno levando na boa o fato que grande parte da nação quer vê-lo sabendo a hora certa de falar (ou deixar de fazer o mesmo)? Que queremos estar vivos para vivenciar esta utopia que seria um Galvão conciso e que trace ponderações pertinentes? Em 2014, eu acho que pode rolar!

É, mas a Globo não foi de um todo prejudicada... Quem quer deixar de ver um jogo narrado pelo Galvão para poder twittar depois as pérolas? Particularmente eu não sou uma pessoa disposta a tanta tortura, mas muitos brasileiros ainda preferem esta relação “sadamasô” auditiva. Vai entender, né?

Se correr a copa pega, se ficar você vai ter pintado nas suas bochechas bandeiras do Brasil.

Revisão: Larisse Neves
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