E pra você o que significa a Páscoa?


Por Iracema Costa




A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. Na Idade Média, durante o mês de março, na primeira lua cheia da época das flores, os antigos povos pagãos europeus festejavam o fim do inverno e o começo da primavera, visto que, o rigoroso inverno castigava a Europa, dificultando a produção de alimentos. Portanto, Ostera a “deusa da primavera” era homenageada, pois representava o renascimento da terra e o uso de alguns símbolos nos seus rituais, como ovos e coelho, representavam à fertilidade.

Segundo a Bíblia no livro do Êxodo (Antigo Testamento), Deus lançou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas, disse Deus que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas os de Israel seriam poupados. Para isso, o povo de Israel deveria imolar um cordeiro, passar o sangue desse cordeiro sobre as portas de suas casas, e Deus passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros. Isso causou intenso clamor dentre o povo egípcio, o que levou faraó a decidir em libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de Israel para a Terra Prometida.

Por isso, para os judeus a Páscoa é uma das mais importantes festas do seu calendário, pois marca a liberdade do povo de Israel do Egito, uma vez que eles foram aprisionados durante vários anos no reinado do faraó Ramsés II. Nesta data, ao longo dos anos os judeus têm a tradição de prepararem um jantar todo especial com os seguintes elementos: cordeiro assado que é o sacrifício da páscoa, pães ázimos que simbolizam a falta de tempo de fermentar a massa do pão na saída do Egito, ervas amargas lembrando que os egípcios tornaram a vida dos israelitas amarga com o sofrimento da escravidão, ervas doces e o molho doce com cor de tijolo significam a amargura da servidão que se tornou em doçura, graças à salvação.

Para os cristãos a semana anterior à Páscoa é considerada como Semana Santa. Esta semana tem início no Domingo de Ramos que marca a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém. É uma data de suma importância, pois é o momento de lembrarmos do que Jesus Cristo fez por cada um de nós. De acordo com a Bíblia no Evangelho de São João, Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Logo, Ele é o nosso Cordeiro Pascal, pois Ele foi imolado, ferido e moído pelas nossas transgressões, morreu em nosso lugar para salvar-nos e libertar-nos da condenação eterna. Portanto, Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado. Além de recordarmos do maravilhoso sacrifício de Jesus Cristo, na Páscoa comemoramos a sua ressurreição (quando, após a morte, sua alma voltou a se unir ao seu corpo). Ele venceu a morte para dar-nos a vida eterna.

A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes. Do inverno para a primavera (na Antiguidade), da escravatura para a libertação (Judeus) e do inferno para o céu (Cristãos), é perceptível que não somente a Páscoa, mas outras festas como o Natal, perderam seus sentidos originais, humanos e religiosos. Mas e hoje, como comemoramos a Páscoa? Infelizmente o capitalismo tomou conta do mundo e das pessoas, ele transforma quase tudo em fonte de capital, afinal visa sempre à lucratividade e o consumo exacerbado, por isso é que querendo ou não acabamos comprando nem que seja um ovinho da páscoa.

Revisão: Larisse Neves

2 Responses
  1. Unknown Says:

    Parabéns pelo texto Ira.
    Que Deus te abençoe.


  2. samantha Says:

    Oi mana...as informações são ótimas e os parágrafos estão bem escritos, porém a conclusão entra em um foco diferente...
    No mais, tá ótimo o texto!!
    Abraços irmã!!
    =***